Parto Vaginal Após Cesariana (PVAC – VBAC)

Quem nunca ouviu, uma vez cesárea, sempre cesárea! Mas a verdade é que não é bem assim! Entenda melhor o Parto Vaginal Após Cesariana (PVAC – VBAC).

O parto vaginal após cesárea (PVAC) ou VBAC sigla em inglês que significa Vaginal Birth After Cesarean é um assunto de grande relevância para a saúde pública no Brasil, considerando os altos índices de cesariana no país.

Com base em evidências científicas, pode-se afirmar com segurança que a conduta mais indicada para mulheres com cesariana anterior é permitir que elas entrem em trabalho de parto espontaneamente, ou seja, realizar uma prova de trabalho de parto.

O risco de uma segunda cesárea é maior do que permitir que a mulher tenha um trabalho de parto.

Em relação ao bebê, as evidências também mostram resultados positivos para o Parto Vaginal Após Cesariana.

Portanto, o fato de uma mulher ter tido uma cesárea anterior não deve ser um impedimento para que ela entre em trabalho de parto espontaneamente.

A complicação mais preocupante quando se pensa em trabalho de parto após cesárea é a rotura uterina, que pode levar a um quadro de hemorragia grave, prejudicando tanto a mãe quanto o bebê.

Entenda mais sobre a rotura uterina no VBAC

No entanto, considera-se baixa a probabilidade de rotura uterina em uma gestante com cesariana anterior, estimada em cerca de 0,5% a 1%.

Embora rara, a rotura uterina é uma situação grave que requer abordagem imediata e adequada para evitar complicações e até mesmo a morte da mulher.

Além disso, a rotura uterina pode causar descolamento da placenta e lesões nas artérias uterinas. Isso coloca o bebê em risco se não houver assistência adequada imediata.

Apesar da baixa probabilidade de rotura uterina, é importante lembrar que, na maioria do

s casos em que ocorre, a mulher em trabalho de parto apresenta sinais de que a rotura está se desenvolvendo, principalmente nos casos de cicatriz transversal.

A mulher pode apresentar sinais de distensão uterina, como desconforto persistente que ocorre entre as contrações. Além disso, ao deitar a mulher de costas, pode-se observar um afundamento visível entre a parte superior e inferior do útero (“útero em ampulheta” na visão frontal e “útero em corcova de camelo” na visão lateral).

No parto vaginal após cesárea, é importante avaliar outros fatores além da probabilidade de rotura uterina.

A vitalidade fetal deve ser monitorada de perto em mulheres com cesáreas anterio

res que estão em trabalho de parto. Alterações na frequência cardíaca fetal, como bradicardia (frequência cardíaca fetal menor que 110 bpm), taquicardia (frequência cardíaca fetal maior que 160 bpm) e desacelerações, são sinais de alerta que podem ocorrer antes da rotura uterina.

A analgesia de parto não é contraindicada em casos de mulheres em trabalho de parto após cesariana anterior. Há evidências científicas que demonstram os benefícios da analgesia de parto nessas situações. Pois aumenta as chances de um parto normal e não mascara os sintomas de distensão uterina.

Embora o uso de ocitocina aumente o risco de rotura uterina, as evidências científic

as mostram que a ocitocina não é contraindicada em casos de mulheres em trabalho de parto após cesariana anterior. No entanto, os profissionais de saúde precisam realizar um monitoramento cuidadoso durante a administração de ocitocina, especialmente em casos de cicatriz transversal, e devem ajustar a dose de acordo com a resposta uterina.

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O que observar para um Parto Vaginal Após Cesariana com segurança:

É importante ressaltar que a decisão de realizar um parto vaginal após cesárea (PVAC) deve ser individualizada e considerar a situação clínica de cada mulher. Existem alguns critérios que podem aumentar as chances de sucesso do PVAC, como:

  1. A cicatriz uterina transversal é considerada mais segura em comparação com a cicatriz vertical, pois apresenta um risco menor de rotura uterina.
  2. Boa evolução do trabalho de parto: Um trabalho de parto progressivo, com contrações regulares e dilatação cervical adequada, aumenta as chances de um parto vaginal bem-sucedido.
  3. Ausência de outras complicações obstétricas: Condições como placenta prévia, restrição de crescimento fetal, desproporção céfalo-pélvica significativa ou apresentação anômala podem dificultar o parto vaginal após cesárea.
  4. Disponibilidade de equipe especializada: É fundamental que a mulher tenha acesso a uma equipe obstétrica experiente e preparada para lidar com qualquer eventualidade durante o parto.

É importante que a mulher tenha acesso a informações atualizadas e confiáveis sobre o parto vaginal após cesárea. Isso à ajudará tomar uma decisão informada em conjunto com sua equipe médica. É importante avaliar cada caso individualmente, considerar os riscos e benefícios envolvidos e levar em conta a segurança da mãe e do bebê.

Os conhecimentos fornecidos baseiam-se no conhecimento até setembro de 2021.
É sempre importante buscar orientação médica atualizada e personalizada para tomar decisões relacionadas à saúde.